sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Monstruosidade de Cristo de Slavoj Zizek


A Monstruosidade de Cristo

Slavoj Zizek
Edição: Relógio d' Água
137 Págs.


(...) Quando as pessoas imaginam toda a espécie de sentidos profundos porque as "assustam as palavras que dizem: Ele fez-se Homem" aquilo que na realidade receiam é perderem o Deus transcendente que garante o sentido do universo, Deus como o senhor oculto que move os cordelinhos — em seu lugar encontramos um deus que abandona a sua posição transcendente e se precipita na sua própria criação, comprometendo-se com ela até à morte, o que faz com que nós, seres humanos, fiquemos sem qualquer Poder superior que olhe por nós, sem outra coisa que não seja o terrível fardo da liberdade e da responsabilidade pelo destino da criação divina e, portanto, do próprio deus. Não continuaremos hoje a recear demasiado assumir todas as consequências dessas palavras? Não preferirão aqueles que se dizem "cristãos" guardar a imagem confortável de um Deus sentado lá em cima, que observa benevolentemente as nossas vidas, nos envia o seu filho como símbolo do seu amor, ou, ainda mais confortavelmente, com a simples imagem de uma Força Superior impessoal?

Crítica no suplemento Ípsilon.

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