
O Prémio Nobel de Literatura britânico Harold Pinter morreu, esta quarta-feira, aos 78 anos,
"Nascido em 1930, Harold Pinter começou por ser actor (com o nome David Baron) e em 1957 escreveu a sua primeira peça, THE ROOM. Autor fundamental do teatro contemporâneo, encenou e representou em algumas das suas mais de trinta peças, que foram traduzidas e encenadas por todo o mundo. Escreveu também para rádio, televisão e cinema, onde é difícil esquecer a colaboração com Joseph Losey. Recebeu já diversos prémios e distinções: recentemente, o título de Companion of Honour da Rainha. O seu site é o www.haroldpinter.org.
Os Artistas Unidos realizaram um ciclo com a obra de Harold Pinter durante as temporadas de 2001/2/3. Na ocasião a editora Relógio d´Água publicou dois volumes com as peças mais importantes do autor.
Não sei resumir nenhuma das minhas peças. Não sei descrever nenhuma. Só sei dizer foi isto o que aconteceu, foi isto o que disseram, foi isto o que fizeram.
Harold Pinter
As personagens de Pinter exprimem exactamente aquilo que lhes vem à mente e muitas vezes emerge directamente do inconsciente. Pode acontecer que isso nada tenha a ver com a acção ou com o que acaba de dizer a outra personagem. Para dizer a verdade, não há diálogo.As personagens de Pinter só se revelam aos poucos e de uma maneira incompleta: esse é o trabalho do actor.
Mervyn Jones
"As suas palavras não dizem o que dizem, dizem mais. O enigma é muito interessante porque está bem perto da verdade da vida."
Claude Régy Acerca de Harold Pinter
"O teatro de Harold Pinter revela um universo singular, cómico e aterrador, feito de sub-entendidos, mal-entendidos ou puros equívocos. Nele observa-se, como se fosse ao microscópio, personagens que vegetam confusamente, de quem quase nada se sabe e que, de repente, explode num confronto em que as palavras são armas mortais. Estamos no reino do falso para se atingir uma verdade que é ainda mais falsa. As perguntas que se colocam não são aquelas que nos vêm à cabeça e a resposta, ou a recusa de responder limita-se a aumentar o abismo da incompreensão. O pudor torna-se violência, o sorriso ameaça, o desejo impotência, a vitória desfaz-se."
Eric Kahane
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